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Foto do escritorFabiane Almeida

Mudanças Climáticas e a Seca Histórica de 2024: Como ela afeta as Hidrovias e o Abastecimento na Amazônia.

Em 2023, a Amazônia enfrentou a maior seca de todos os tempos, com os níveis de rios e lagos atingindo patamares críticos. A seca trouxe impactos dramáticos para a região, incluindo a mortandade de 154 botos no lago Tefé, localizado no município de Tefé/AM, no alto Solimões, além da mortandade de peixes e florações de microalgas potencialmente tóxicas nunca vistas em ambientes aquáticos na Amazônia.


A seca de 2023 na Amazônia é um reflexo direto da crise climática, e a tendência é de que a situação se agrave, tanto no decorrer do atual evento quanto na frequência e intensidade de eventos similares no futuro. Os padrões meteorológicos observados no início do ano, associados ao fenômeno El Niño, projetavam um atraso no regime de chuvas na região, o que de fato se confirmou. A temporada de chuvas na região de Manaus/AM, que normalmente se intensifica em janeiro, só ganhou força entre março e abril.


Essa demora impactou a regulação dos níveis de água nos principais reservatórios fluviais, levando a uma diminuição das represas nas sub-bacias. Com a redução das chuvas na estação chuvosa 2023-2024, e com os reservatórios ainda abaixo do nível devido à significativa estiagem de 2023, espera-se que os níveis de água dos rios e lagos fiquem abaixo da média durante a estação seca de 2024, apresentando diversos desafios para este ano, incluindo a navegabilidade dos rios.


A Amazônia possui importantes hidrovias nacionais, entre elas a Hidrovia do Rio Madeira, essencial para o escoamento e abastecimento da região Norte. A Hidrovia do Rio Madeira é um dos principais corredores de transporte de mercadorias, conectando a região aos mercados nacionais e internacionais. Para garantir a navegabilidade dessas hidrovias, é necessário realizar dragagens periódicas, que consistem na remoção de sedimentos acumulados no leito dos rios para manter a profundidade adequada para a passagem segura de embarcações.


Frente à grande estiagem de 2023 e com um prognóstico de uma seca ainda maior em 2024, a importância da dragagem torna-se ainda mais evidente. O governador Wilson Lima anunciou em maio/2024, a emissão de licenças ambientais para a dragagem em quatro trechos de rios do Amazonas e destacou que o Governo do Estado tem agido de forma antecipada para minimizar os impactos da estiagem deste ano (2024).


Draga autotransportadora de cisterna em dragagem na hidrovia do rio Madeira. Foto: Robson Siqueira (2023).


Nós, da Aqua Viridi, temos realizado o monitoramento ambiental indispensável para a realização dessas dragagens. Esse monitoramento inclui as comunidades hidrobiológicas (fitoplâncton, zooplâncton e zoobentos) ictiofauna, análises da qualidade da água e sedimento. Um estudo completo de todas as comunidades e elementos envolvidos visando acompanhar todas as mudanças que possam ocorrer no ambiente em decorrência da dragagem. Esse trabalho é crucial para garantir que as atividades de dragagem sejam realizadas de forma segura e sustentável para o ambiente e populações aquáticas, prevenindo possíveis impactos e preservando a biodiversidade local.



A Aqua Viridi se orgulha de seu trabalho inovador frente a esses novos desafios. Nossas iniciativas não apenas contribuem e viabilizam a navegabilidade das hidrovias da Amazônia, mas também estão alinhadas com o objetivo de mitigar os efeitos da crise climática, promovendo um desenvolvimento sustentável para a região e para as populações locais. Estamos comprometidos em continuar nossos esforços para proteger e preservar a Amazônia.

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